A frase aparece no Ato 1, Cena 4, de “Hamlet”, de William Shakespeare, onde o personagem Marcellus a diz após encontrar o fantasma do pai de Hamlet, no que sugere a desordem e a corrupção que assolam o reino

Por Albenísio Fonseca – Do mesmo modo, há algo de profundamente injusto (podre, sim) na sociedade brasileira, sob trágicos legados, embora naturalizados:
Seja na usurpadora ocupação colonial sobre as populações indígenas, na crueldade do regime escravocrata, nas traições a guerreiros e revoltos, na sangrenta República, nos bombardeios por divergências de velhas políticas, seja nos cárceres do Estado Novo, nas torturas da Ditadura Militar, no entreguismo do patrimônio, na farra homérica e histórica da corrupção – no cangaço e em Canudos com suas cabeças cortadas, no coronelismo pré-dominante.
Somos tão-somente, mas não meramente, herdeiros nominais despossuídos a carregar essas profundas nódoas, das quais não conseguiremos facilmente nos desvencilhar.
Nem mesmo com a mais das emblemáticas e criativas literatura, poesia, artes visuais, arquitetura, cinema, música, ciência, desportos, a dar de lambuja nos mais desenvolvidos, sob o manto de uma justiça inclassificável e do aparato repressor a guarnecer a insípida elite de poderosos, com brutal letalidade aos mais humildes ou vulneráveis. Cães de guarda da usurpação de direitos a nos garantir uma pseudo liberdade.
Em suma, algo como sugere o paradoxo estipulado por Winston Smith, herói de George Orwell, em “1984”:
— Eles só se libertarão quando se revoltarem, mas eles só se revoltarão quando se libertarem”.
Inescapavelmente,
“Eles” somos “Nós”.
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