Anuncio

Publicidade

Após adotar “pronome neutro” em eventos, governo Lula proíbe uso da linguagem em órgãos públicos

Medida vale para a União, Estados e municípios, que deverão publicar comunicados conforme o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

Opositores do presidente usam o “pronome neutro” para ironizá-lo e chamá-lo de “Lule” (Foto: reprodução)

Redação Mais – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proibiu o uso da chamada “linguagem neutra” em órgãos públicos em todos os níveis, como a União, Estados e municípios. A determinação, aprovada pelo Congresso Nacional, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (17).

De acordo com a portaria, a administração pública deverá seguir a norma culta da língua portuguesa, impedindo o uso de expressões como “todes”, por exemplo. A determinação foi inserida na lei que institui o uso da linguagem simples nos órgãos públicos para facilitar a comunicação com a população.

Em ao menos seis eventos de ministros realizados em 2023, os cerimonialistas usaram “todes”. Por exemplo, a que comandou a solenidade de transmissão de cargo do então ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e cerimonialistas também usaram a palavra “todes” em cerimônias na primeira semana do governo Lula.

Com a nova determinação, o governo pretende transmitir informações de forma clara e permitir que o cidadão encontre, compreenda e utilize facilmente as informações divulgadas pelos órgãos. Outra finalidade da medida é reduzir a necessidade de intermediários na comunicação entre o poder público e o público, reduzindo os custos administrativos e tempo gasto nos atendimentos.

Com, isso, os órgãos públicos deverão:

redigir frases em ordem direta;
redigir frases curtas;
desenvolver uma ideia por parágrafo;
usar palavras comuns, de fácil compreensão;
usar sinônimos de termos técnicos e de jargões ou explicá-los no próprio texto;
evitar palavras estrangeiras que não sejam de uso corrente;
não usar termos pejorativos;
redigir o nome completo antes das siglas;
organizar o texto de forma esquemática, quando couber, com o uso de listas, tabelas e recursos gráficos;
organizar o texto a fim de que as informações mais importantes apareçam primeiramente;
não usar novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa, em contrariedade às regras gramaticais consolidadas, ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promulgado pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008.
redigir frases preferencialmente na voz ativa;
evitar frases intercaladas;
evitar o uso de substantivos no lugar de verbos;
evitar redundâncias e palavras desnecessárias;
evitar palavras imprecisas;
usar linguagem acessível à pessoa com deficiência, observados os requisitos de acessibilidade previstos na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência);
testar com o público-alvo se a mensagem está compreensível.
Na sanção, Lula vetou apenas um artigo do texto. O dispositivo obrigava os órgãos públicos a definir um servidor para fazer o tratamento das informações em linguagem simples. Para o Palácio do Planalto, a medida é inconstitucional, já que as leis sobre o funcionamento da administração pública só podem ser propostas pelo chefe do Poder Executivo.

O que é a “linguagem neutra”?
O neologismo difundido pela comunidade LGBTQIA+, a “linguagem neutra” estabelece o uso da vogal “e” para criar pronomes neutros e incluir pessoas não binárias, de gênero fluido ou transgênero no dialeto brasileiro. Ao invés dos convencionais “todos” e “amigos”, usados no masculino, por exemplo, são utilizados “todes” e “amigues”.

Alguns também propõem a mudança pela substituição da letra “o” no final das palavras pela letra “x”, enquanto outros sugerem o emprego da @ (todxs ou tod@s). Já no caso do pronome para se referir a pessoas que não se identificam exclusivamente com o gênero masculino ou feminino é usado “elu”.

Apesar de ter sido criado sob o discurso da inclusão, a iniciativa gera críticas, com professores e políticos alegando que a mudança criaria dificuldade de comunicação para muitas pessoas. O tema chegou até mesmo no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso, com projetos de lei para proibir o uso da linguagem neutra em escolas e concursos públicos.

A discussão chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso, com projetos de lei para proibir o uso da linguagem neutra em escolas e concursos públicos.

________________________________________________________________________________________________________________

Aviação Bahia Bolsonaro Brasil Camaçari Carnaval CBF CBX Cidade Baixa Cinema Cultura Drogas Educação Eleições 2024 Ensino Escola EUA Feira de Santana Ficco Futebol Homicídio Itapagipe Justiça Lauro de Freitas Lula Meio Ambiente Mobilidade mulher Música PCBA PMBA Polícia Federal Política Rio de Janeiro Salvador Saúde Segurança SSPBA STF Subúrbio Ferroviário São João São Paulo trânsito Turismo Uruguai

Anuncio

Publicidade