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Projeto Lentes Coloridas divulga livro gratuito sobre diversidade no audiovisual baiana

Estudo revela desafios e reforça a importância de políticas públicas para inclusão e diversidade no setor. Em formato de ebook, podcast e audiolivro, publicação está disponível gratuitamente

(Divulgação)

Redação Mais – Uma pesquisa inédita dedicada a compreender a diversidade de profissionais que atuam no audiovisual da Bahia informa que 32% desses profissionais já perderam oportunidades ou empregos devido à identidade de gênero ou orientação sexual. 84% dos entrevistados afirmaram já ter sofrido algum tipo de preconceito e 40,8% relataram episódios de LGBTfobia especificamente no ambiente de trabalho com audiovisual. Esses e outros dados foram divulgados recentemente no livro “Lentes Coloridas: Profissionais LGBTQIAPN+ no Audiovisual Baiano”

A obra apresenta informações sobre o perfil desses profissionais e apresenta narrativas reais sobre suas vivências, desafios e contribuições para a construção de um setor mais diverso e democrático. O conteúdo está disponível gratuitamente nos formatos ebook, podcast e audiolivro e pode ser acessado aqui.

Conduzido por uma equipe inteiramente LGBTQIAPN+ — formada pelos doutores em Comunicação João Araújo, Maíra Bianchini e Rodrigo Lessa —, o projeto combina mapeamento quantitativo e entrevistas em profundidade com profissionais que atuam em diferentes áreas do audiovisual, da direção à produção de elenco. Os resultados revelam um panorama complexo: de um lado, avanços em representatividade e escolarização, e de outro, desigualdades persistentes e desvalorização das condições de trabalho.

A pesquisa também mostra que apenas 25% consideram ter estabilidade financeira e profissional, e quase metade da amostra (48,7%) tem renda entre um e três salários mínimos. Apesar das dificuldades, o setor é composto por um público altamente escolarizado, com 73,7% possuindo ensino superior e formação específica em audiovisual.

A pesquisa também revela um recorte geracional importante: cerca de 60% dos profissionais LGBTQIAPN+ construíram suas carreiras no audiovisual baiano nos últimos dez anos, refletindo o fortalecimento recente das políticas públicas para o setor. No entanto, a concentração das oportunidades na capital Salvador ainda evidencia a necessidade de interiorização e descentralização da produção audiovisual. “Percebemos também um corte muito forte entre capital e interior, o que demonstra a necessidade de políticas de interiorização que sigam um caminho melhor do que aquele que vem sendo seguido até aqui”, destaca João Araújo

Histórias que ampliam o olhar da diversidade no audiovisual

Outro dado relevante é que 54% dos respondentes se autodeclaram negros, o que indica avanços nas políticas de inclusão racial, mas ainda abaixo dos 80% da população negra da Bahia. Já as pessoas trans e não binárias representam cerca de 19% dos participantes, mostrando um crescimento da visibilidade, embora persistam barreiras estruturais para o acesso e permanência no mercado.

Entre os entrevistados selecionados para registrarem suas histórias no livro há pessoas pretas e pardas, pessoas com deficiência e uma pessoa soropositiva. Nenhuma mostra conformidade total com a cisgeneridade, incluindo um homem trans, uma mulher cis lésbica, que também se reivindica uma “mulher sapatão”, e três pessoas não binárias, compondo um mosaico de vozes plurais dentro do campo pesquisado.

“Nosso intuito foi dar um estopim para revelar quem somos nós, as pessoas LGBTQIAPN+ que fazem audiovisual na Bahia. Sabíamos desde o início que não conseguiríamos esgotar toda a riqueza que a Bahia tem a oferecer nesse tema, mas ficamos muito felizes por obter dados e entrevistar pessoas que nos ajudam a pincelar com múltiplas cores toda nossa diversidade”, afirma Rodrigo Lessa.

Além da pesquisa, o livro traz entrevistas com cinco profissionais LGBTQIAPN+ — pessoas negras, com deficiência e uma pessoa soropositiva — que compartilham suas trajetórias, experiências de resistência e formas de reinventar o fazer audiovisual no estado. A publicação reafirma o compromisso com a acessibilidade, ao disponibilizar gratuitamente versões em ebook, audiolivro e podcast, além da distribuição de exemplares físicos em bibliotecas públicas.

“Esperamos que o estudo contribua para pensar políticas públicas afirmativas voltadas à inclusão de populações mais diversas em termos de orientação sexual e identidade de gênero, além de fomentar um senso de comunidade entre profissionais LGBTQIAPN+ da Bahia e de todo o país”, destaca Maíra Bianchini.

Acessibilidade e Memória Coletiva

Um dos principais objetivos da pesquisa é atuar na memória cultural do Estado, fortalecer o sentimento de pertencimento e visibilidade para quem atua nesse campo, através das trajetórias pessoais e coletivas de trabalhadores do audiovisual que colaboraram na construção dessa pesquisa.

“Esperamos que o estudo contribua para pensar políticas públicas afirmativas voltadas para a inclusão de populações mais diversas em termos de orientação sexual e identidade de gênero, além de colaborar num senso de identificação e comunidade entre indivíduos LGBTQIAPN+ não só da Bahia, mas de todo o país”, afirma Maíra Bianchini.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

SERVIÇO:
Livro “Lentes Coloridas: Profissionais LGBTQIAPN+ no Audiovisual Baiano”
Autores: João Araújo, Maíra Bianchini e Rodrigo Lessa,
Baixe gratuitamente o ebook, audiolivro e podcast aqui
Informações: lentescoloridas.lpg@gmail.com

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