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Zema critica dependência de nordestinos a programas sociais e governadores da região respondem

Durante lançamento de pré-candidatura à Presidência da República, governador de Minas Gerais disse que Bolsa Família “é uma perpetuação de uma vida precária, sem dignidade, sem futuro”

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Reprodução)

Redação Mais – Governadores do Nordeste manifestaram repúdio às declarações recentes do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que criticou a dependência da região de programas sociais como o Bolsa Família. A fala foi dia 16 de agosto, durante evento do Partido Novo que lançou a pré-candidatura de Zema à Presidência da República, em São Paulo. “Eu considero todas as regiões do Brasil importantíssimas e nós sabemos que o Nordeste é um desafio maior para direita sim. É onde a direita é menos votada no Brasil, mas eu sou extremamente confiante”, disse em coletiva. 

Desde 2002, ano da primeira vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, os nove estados do Nordeste do Brasil foram responsáveis pelas vitórias ao PT no segundo turno das eleições presidenciais. Para Zema, o triunfo da direita na região passa por um “despertar” dos eleitores nordestinos em relação aos programas de transferência de renda. “O brasileiro está vendo depois de 20 anos ou mais que ficar recebendo eternamente o Bolsa Família não melhora a vida dele. É uma perpetuação de uma vida precária, sem dignidade, sem futuro. Eu acredito no emprego. No dia que o Nordeste acordar para isso e já está acordando, nós vamos ver essa mudança”, concluiu.

Em resposta, o Consórcio Nordeste emitiu uma nota pública, nesta sexta-feira (29) onde expõe números que mostram o envio de recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), em 2024, no total de 73% destinados ao Sul e ao Sudeste brasileiro, enquanto o Nordeste recebeu apenas 10% do total.

Ainda segundo o documento, Minas Gerais, sozinho, foi contemplado com quase a mesma soma destinada a todos os estados nordestinos juntos. O mesmo se verifica na renúncia fiscal, estimada em R$ 536,4 bilhões para 2025, dos quais mais da metade se concentra no Sudeste e no Sul. Quanto ao endividamento estadual, 92% da dívida está nestas regiões, enquanto o Nordeste responde por apenas 3% do passivo.

O Governo da Bahia se manifestou contrário às afirmações de Zema e se coloca como “vigilante a toda forma de racismo, xenofobia e estigmatização regional”. Ainda de acordo com o governo baiano, “o Nordeste não aceitará ser transformado em bode expiatório de disputas eleitorais: nossa cidadania é indivisível e exige respeito, com políticas públicas pautadas em dados e evidências, não em preconceitos e estereótipos”.

“Esses dados não apenas desmontam a falácia de que o Nordeste viveria de ‘privilégios’, como também evidenciam a concentração histórica de investimentos no eixo Sul-Sudeste — desde o ciclo do ouro, passando pela industrialização subsidiada do século XX, até as atuais políticas de crédito. O Nordeste nunca buscou esmolas: luta, há décadas, por oportunidades justas de desenvolvimento e por políticas que valorizem suas potencialidades”, diz trecho da nota enviada pelo Governo da Bahia.

O Governo da Bahia defendeu, ainda, os programas sociais como o Bolsa Família e o BPC que, de acordo com o Estado baiano, “não representam dependência, mas sim dignidade, proteção social e dinamização da economia local. Cada real destinado às famílias de baixa renda movimenta o comércio, a agricultura familiar e os serviços, fortalecendo a cidadania e a economia baiana e nordestina.”

“O Brasil precisa de cooperação federativa, respeito e compromisso com a verdade. Dividir o país em regiões “fortes” e “fracas” é prática que fragiliza a democracia e empobrece o debate”, conclui.

Durante seus mandatos como governador de Minas Gerais, Zema já fez afirmações associando os estados do Nordeste à dependência de programas sociais. A maior polêmica neste tema aconteceu em 2023 durante evento do Consórcio de Integração do Sul e Sudeste (Cosud) quando afirmou que os estados na porção austral do país têm um povo mais trabalhador e menos subordinado a subsídios governamentais.

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