Matilha de aproximadamente 15 animais circulam pelas ruas do bairro matando gatos e aves; invadem condomínios e atacam moradores; órgão público responsável não responde a chamados
Por Wagner Ferreira – Uma matilha formada por cerca de 15 cães bravios tem deixado moradores e gatos assustados no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Os ataques mais frequentes costumam acontecer nas ruas Belmonte, Carijós, Ipirá e Edelvirges, mas relatos da presença dos animais também foram feitos na Pituba e adjacências. “Eles não tem hora para aparecer. Chegam aqui, acabando com tudo. Entram nos condomínios e já mataram uma gatinha que alimentávamos. Quem ousa confrontá-los também é atacado”, relada a protetora Cleide.
O grupo de protetoras, que cuida e alimenta uma colônia de gatos no Rio Vermelho, diz ter feito inúmeras tentativas de contato com a Diretoria de Proteção Animal (Dipa), órgão da Prefeitura que seria responsável pelo acolhimento dos animais, mas foi surpreendido pela resposta que “deveriam buscar uma ONG para recolher os animais”. Organizações não Governamentais (ONGs) são compostas, em sua maioria, por voluntários e têm o papel de auxiliar ao poder público e não ser protagonista. Procurada pelo Site Comunicarmais, a nossa reportagem foi atendida pelo preposto Danilo, que prometeu passar a situação a um assessor de imprensa de nome Henrique e que ele entraria em contato conosco para mais esclarecimentos, o que não aconteceu até a presente data.
A Dipa, responsável pelas campanhas de castração de cães e gatos do município, está sob a influência da vereadora Marcelle Morais (União). A equipe da parlamentar também foi procurada, mas igualmente não respondeu aos nossos chamados. “Apoiei ela durante sua campanha e quando a procurei não fui atendida. Fazemos um trabalho voluntário aqui porque amamos o que fazemos. Fico muito triste com todo esse descaso”, lamenta outra protetora que não quis se identificar.
Apropriação política da defesa dos animais
Até 2013, não existia uma política pública de proteção aos animais em Salvador. O tema foi implementado com a eleição para vereadora da então ativista da causa animal, Ana Rita Tavares, no ano anterior. Propostas pioneiras sobre o Hospital Veterinário, castração e vacinação em massa de animais comunitários, bem como os projetos legislativo e executor do Castramóvel, são dela.
Nos anos seguintes, o tema foi apropriado e explorado politicamente pela vereadora Marcelle e o irmão, Marcell Moares, que, já como deputado estadual, teve o mandato cassado, em outubro de 2020, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso do poder econômico. De lá pra cá, Marcell só poderá retomar a vida pública em 2026, já que a pena foram de oito anos, contados a partir de 2018.
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